O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros." Chico Xavier

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MULHER DE 50

Revista da Folha  de São Paulo - Equilíbrio e Saúde

Os 50 são, basicamente, os anos da menopausa. E não há outra mudança tão profunda e misteriosa quanto essa de certa forma, muito mais forte do que as outras duas que marcam novas fases na vida da mulher: a chegada da menstruação ou a maternidade.

Aos 50 e poucos, uma queda drástica no nível de hormônios embute o aviso de que está chegando ao fim o período reprodutivo. Os ovários reduzem em quase 70% sua produção de estrógeno, o hormônio feminino que regula uma série de processos no corpo, como a absorção de cálcio pelos ossos, a produção de colágeno (o chamado "cimento" da pele) e a ovulação.

Com a dança hormonal, o desejo sexual pode viver dias de ioiô. Estrógeno a menos pode levar as paredes vaginais a perderem elasticidade, resultando em secura ou até dor durante a relação.

Para resolver o problema da dificuldade de excitação, vários tratamentos estão em estudo, como o uso de Viagra e outros vasodilatadores, Vasofem (um medicamento que ajuda na lubrificação) e novos modelos de eletroestimuladores (vibradores).

A forma física também tende a mudar, porque fica mais fácil ganhar peso. A tendência é que as gordurinhas se acumulem nos quadris, coxas e abdômen.

Exercícios aeróbicos como caminhadas continuam sendo a melhor solução: além de queimar as sobras, previnem contra a osteoporose e os problemas cardíacos. O ideal é andar ao menos 30 minutos por dia, antes das 10h ou depois das 16h.

Nessa faixa etária, metade das mulheres tem cabelo praticamente branco, que se torna mais fino e seco do que antes. Diminua a quantidade de xampu, use o mínimo necessário de condicionador e passe longe de laquê, gel e cremes, especialmente aqueles com álcool na fórmula.

A pele se torna até 30% mais flácida nos primeiros cinco anos da menopausa, fica mais frágil, propensa aos hematomas. Como as glândulas sebáceas produzem menos óleo, a falta de hidratação aumenta. Hidratantes intensos, que estimulam a renovação celular e ajudam a recuperar a elasticidade, devem ser usados diariamente.

Os tratamentos de reposição hormonal, feitos sob orientação médica, podem melhorar muito o aspecto da pele.

Quem não se conforma em atenuar vincos e rugas começa a pensar se não está na hora de dar uma "puxadinha" no que caiu.

"Antes de qualquer coisa, é preciso entender que nenhuma cirurgia plástica faz milagre, não deixa uma pessoa de 50 anos com cara de 30. O que ela pode fazer é deixar a pessoa com os mesmos 50 anos, mas com aspecto mais jovial", esclarece Oswaldo Pigossi Jr., cirurgião plástico.

Existe algo chamado envelhecimento intrínseco: pode-se puxar tanto a pele até mal fechar os olhos, mas, depois de alguns anos, a pele vai começar a soltar de novo, já que é programada para ter um certo aspecto ao envelhecer.

Por isso, mais do que nunca, é preciso procurar um profissional idôneo ao decidir fazer uma plástica. A oferta está cada vez maior, baixando o preço, sim, mas levando junto também a garantia de qualidade dos serviços.

A pele de quem faz cirurgia plástica está sujeita a outra transformação, que denuncia a intervenção cirúrgica: excesso de brilho. "Dependendo da técnica utilizada e do nível de descolamento da pele durante a cirurgia, pode-se ter uma alteração circulatória ou de enervação na pele, que dá um aspecto mais perláceo (de pérola), brilhante. Isso também pode ocorrer quando a pessoa faz intervenções cirúrgicas repetidas", diz Pigossi.

Uma boa cirurgia plástica deveria durar dez anos. Há muitas mulheres que não precisam de uma segunda passagem pelo bisturi. E, lembre-se, envelhecer tem seu charme: mostra que a mulher viveu.

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